27 de mar. de 2012

crônica simples de um café da manhã qualquer

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algumas gotas de café caem em minha camisa bege.
tento imaginar o mundo sem café.
o que seria dos encontros de sexta?
haveria poesia sem café?
haveria lutécia sem café. mas haveria sartre sem paris?

saboreio mais um gole      .      arábico.
com certeza não existiria brasil sem café.
quantos presidentes da república foram eleitos por ele?
e quantos outros depostos em alvas espumas de leite?

a quebra de 29 não nos teria deixado com fobia às alturas.
seríamos uma superpotência hoje,
mandando e desmandando no mundo?
ou talvez fôssemos uma monarquia de braganças
em um país monocultor qualquer.

Gonzaginha, Jobim e Renato
cantariam países diferentes.

bebo um último gole          e agradeço.
minha camisa é um cappuccino
fôsse preta,
seria muito forte para o meu gosto.

1 comentários:

Anônimo disse...

maravilhoso.