19 de ago. de 2012

Fluxo de Consciência 1

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Tudo começou no dia 15/06/1992.
Depois desse dia a vida dos meus pais,avós e próximos nunca foi a mesma, estava vindo ao mundo uma pessoa cheia de fluxos de consciência e epifania , disposta a escrever as coisas mais belas e as coisas mais sujas e perversas que viesse de encontro a sua mente. Eu sabia desde os 14 que muitas coisas que eu escrevesse não ia agradar 80% das pessoas que estavam ao meu redor , e por um motivo muito simples...Muitas dessas coisas envolvia eles e suas características horripilantes, as quais todos tinham fechado seus olhinhos e nunca denunciaram.
Minha mãe após um tempo, após os 34 para ser mais exata virou uma pessoa preocupada com o mundo e com as possíveis ofensas que algo que eu falasse pudesse causar repulsa em alguém na rua, e é por isso que ela não lê metade das minhas palavras, talvez ela nunca tenha lido 10 textos meus, 5 talvez seja um numero exagerado.  Eu cresci no meio de uma sociedade fofoqueira e repulsiva, a qual achava e ainda acha que Nike shox e Ipod são as coisas mais importantes do universo. Cordialidade, coração, respeito é algo que foi abolido desde os primórdios (ou melhor, desde que nasceram) do seu vocabulário infantil e podre. Não falo isso porque me sinto superior, na verdade, me sinto um pouco mais livre para dizer coisas as quais eu já vi , senti e presenciei. Aquele mundo perversinho, onde cada acha que é melhor que o outro, onde o dinheiro comanda e as falsas relações falam mais alto nunca foi um mundo do qual eu não queria fazer parte, talvez por isso fui motivo de chacotas e piadas sem o mínimo fundamento. Ah se eles soubessem que fazem parte de uma massa manipulável e sem conteúdo externo. As garotas sempre foram padronizadas: fofa, meigas, do tipo que não cagam nem peidam (é um abuso uma mulher dizer ‘ cagam’, desculpe madamezinhas compradoras de rubis e suquinhos de laranja pela manhã). Elas estão sempre lindas, maquiadas, bem vestidas, submissas a seus namoradinhos que fazem parte de algum grupo social abastado  e fazendo cara de felizes e entendidas. ‘Você gosta de Vivaldi?” ...’ hehehe, sabe aquela coleção da Prada?” e sorriem com seus sorrisinhos desentendidos loucas para mudar de assunto, sabendo que a nobreza se dedicava as artes, e elas nem se quer sabe qual o significado da palavra Artes. Isso serve para eles também! Eu talvez tenha sido uma dessas babaquinhas por algum tempo, não me lembro bem ao certo em que idade da vida, talvez dos 16 aos 17! Cresci reprimindo minha vontade de literatura, cinema e música, sempre a mercê de uma melissa e do pensamento sem nexo dessa massa fofoqueira. Namorei dois anos, talvez tenha sido um fracasso total, o qual eu só fui descobrir depois de ter vivido, ou talvez tenha sido bom, pois o sentimento análogo ao amor é o ódio. Talvez eu descubra daqui a alguns anos, por enquanto soa indiferente e apagado.  Após esses dois anos sendo  felizinha eu surtei e comecei a me dedicar a coisas que me faziam bem e me deixavam com um fluxo de dopamina absurdo. Comecei a sair, a  me vestir da maneira que eu gostava a usar batons da cor que eu gostava a arrumar meu cabelo da maneira que eu gostava a frequentar lugares que eu gostava e a me envolver com pessoas que eu realmente gostava, comecei a dispensar o ‘resto’, que não me faziam bem e me deixavam triste diariamente com suas frasesinhas feitas e dizendo que amavam Clarice sem ao menos conhecer Sartre, pois creio que para amar Clarice no mínimo tem que conhecer e gostar de Sartre. Tudo isso me causava uma náusea , estilo a deles.  Não sou da galera hipster e descolada, até porque não consigo me dar bem com eles. Meus amigos geralmente frequentam festinhas em casa que envolve muita pipoca, coca cola, chocolate e vídeos idiotas. O papo varia, não falamos só de livros, filmes e música. Falamos de qualquer coisa que nos faça bem, desde uma lesma até Claude Levi Strauss . Não vá pensando que somos revolucionários das artes, apenas apreciamos a arte e apreciamos muitas coisas ruins também, aos olhos de muitos.  
Durante muitos anos pensei que houvesse algo errado comigo, me dediquei ao piano, natação, Frances, inglês e livros...e grande parte foi um fracasso. Nunca fui o tipo de mulher que os homens olhavam e diziam “Caralho, que mulher” , mas nem por isso deixei de acreditar no amor. Mentira, deixei sim!  Sempre padronizada e fora dos padrões, eu só queria ser eu, por mais que tivesse passado muito tempo escondida atrás de artifícios de beleza.  Bom, termino meu fluxo de consciência por aqui, acho que amanhã tem um pouco mais...


e não venham me dizer de concordância, e pontuações. O fluxo é meu e dele faço o que eu quiser, parem de me censurar.

2 comentários:

Anônimo disse...

cada vez mais me vejo em você... seja livre!! eu não consegui voar tão alto... talvez a sociedadezinha idiota tenham me quebrado as asas!!

te amo! e já sim mais do que 5 textos seus...

Anônimo disse...

cada vez mais me vejo em você... seja livre!! eu não consegui voar tão alto... talvez a sociedadezinha idiota tenha me quebrado as asas!!

te amo! e já sim mais do que 5 textos seus...