Decidi escrever. Antes re-li várias vezes o texto 'das minhas saudades de você' (Dan Paes) e o poema da Yuri, 'De mim'. Vi as fotos do Ed e sua namorada. Lembrei do meu último café com a Carol. Li o recente e-mail do Tales. Pensei nos meus projetos para 2012. Pensei no meu projeto de 2011 e em como ele foi bem sucedido. Decidi escrever. Pensei numa frase de efeito, num título que fizesse pensar.
Pensei muito de quem sentiria saudade. Quem merecia ter o sorriso citado, quem merecia tanta atenção. Pensei pra quem eu queria devolver a blusa. Pensei no meu ano, na minha vida amorosa nesse ano. Num namoro que afundei, num casinho que eu desdenhei, numa relação mais séria e duradoura, num flerte safado, numa paixonite perigosa que foi uma promessa tão boa e uma realidade tão decepcionante e fraca, num beijinhos sem sal com uma adulta infantil e problemática. Decepcionei. Minha solidão é reflexo disso. Não há saudade, não há sorriso, não há blusa para devolver, não há alguém para devolver a blusa. Gosto assim.
Vivi os dias não por quem gosto, mas por quem me gosta. Mesmo que gostar significasse só desejo. Nunca busquei ser amado, acho isso tão frágil. Isso de esperar que alguém te ame, ou pior, que esse alguém te complete. Nasci completo, só preciso me complementar, fazer intercâmbio. Acho que todos somos assim. Meu individualismo vai contra aquele amor poético, aquele estereótipo de que temos uma alma gêmea. Sou antipoesia que caminha e versa.
Sou verso nobre quando penso nos estudos e no futuro profissional. Esse é meu casamento. Tem gente que não entende como amar tanto uma vocação e ter tanto orgulho dela. Pois é nela, e em tudo que envolve ela que minha solidão se dissolve. É nela que a vida flui para mim, é nela que meu texto perde seu tom pessimista e desconexo. Nela me acho como indivíduo, nela me sinto parte de algo maior. Nela encontro o amor. Amor fino, amor pelo desconhecido. Amar não porque conhece quem amas, amar porque ama. Amar não porque tenho saudade de um sorriso, amar porque amo. Amar não porque tenho sua blusa pra devolver, amar porque amo. Desculpa, mas num tem lábios que façam eu mudar isso.
Me achei nisso, achei uma forma de ser inesquecível. Achei a forma de ser eterno. Fazendo do dia a dia dos que passarem por mim melhor. Ser eterno na vida de cada um deles. Amor mais que fino; amar aquele que ninguém ama, amar aquele que não espera de ninguém o amor, amar sem jamais saber quem ama. Parei de pensar no meu ano.
Lembrei do amor. Esse tal de amor fino ficou pertinente na minha mente. Amor fino, amar não por que é amado, não por gratidão. Amor fino, amar não por que deseja ser amado, não por negociação. Pensei naqueles que depositei meu amor. Acho que talvez duas pessoas decepcionaram. Sinto pena delas, pois deve ser triste não ser capaz de sentir esse amor.
Pensei no beijo. Talvez o que eu mais sonhei, tenha sido um dos mais fracos. Pensei naqueles na trave, naqueles que eu torço pra um dia matar a curiosidade de como teria sido. Ah, desculpem-me, mas não desisto dessas coisas. Esse ano na real foi ruim de beijos, quantidade não foi qualidade mesmo. Sei lá, parece que os poucos beijos ruins marcaram o ano. Pena.
Cabou.
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