12 de jan. de 2012

Dos meus dias

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Passei uma ultima polo. Confessos que nos dois últimos dias não fiz isso. Amanhã(sexta-feira) merece isso. Será minha despedida do meu primeiro estágio na área médica. Minhas roupas já não combinam entre si, não ligo e até ri disso hoje. Os semáforos para pedestres estavam todos aberto para mim hoje.


Para estagiar em São José-SC - em um posto de saúde - minha moradia mudou para Florianópolis, na bela ilha. E aqui cheguei mal-humorado, decepcionado com muitas coisas. Coisas essas que pouco me desrespeitavam, mas que muito me incomodavam.

E assim cheguei para ser recebido pela Drª. Mª. Betânea. E para um jovem que é acadêmico a pouco tempo, as horas ao lado dela foram de grande ganho intelectual e teórico. Tive contato com informações novas, aprofundei conhecimentos já tidos e relembrei outros. Aos poucos a barreira que era a falta noção teórica foi sendo atenuada e driblada pela doutora e pelas próprias situações que surgiam. Mas o grande ganho para mim não foi intelectual, foi no lado humano.

Estive bem próximo da relação médico-paciente. Vi discussões, vi cenas de desconfiança, doçura, carinho, esperança. Vi as múltiplas faces que um médico assumes buscando zelar pelo bem estar de seu paciente. E assim é nossa vocação, buscamos zelar pelo bem estar dos pacientes. Não que seja nossa responsabilidade dar educação ao mundo, contudo uma boa explicação de algo aumenta a instrução das pessoas. Se os pacientes querem contar seus problemas, suas alegrias, suas decepções; precisamos ser ouvidos e palavras boas.

Não estamos roubando da pedagogia ou da psicologia suas funções. Estamos dividindo. Deixar de prestar esse auxílio é a mesma coisa que um PM do 12º Batalhão não efetuar uma prisão em flagrante na região do 7º Batalhão pois não é sua área. A área comum dos PM's é o estado, a nossa, o ser humano.

Saio da minha primeira experiência clínica com a certeza de que não nasci para: diagnosticar, prescrever, assinar e carimbar. Minha vocação é buscar entender melhor o ser humano e sempre que possível ajudá-lo. Ajudar, pensando assim nos aproximamos de outras profissões, inclusive dos palhaços. E alguns médicos beiram ao clownesco, mas faço minhas as palavras de um médico bem mais experiente que esse estudante de medicina: "não preciso fazer rir todo dia, preciso ser competente todo dia".

Dos meus quase 14 dias aqui tenho grandes informações da parte clínica para contar. Tenho várias histórias de pacientes interessantíssimas, mas uma até já tem gente interessado em contar. Resolvi falar sobre minha formação humana, onde tive um ganho muito interessante. Me sinto bem com minha vocação, me sinto bem como pessoa, me sinto de bem com a vida.

Obrigado!

* Existem certas pessoas sem as quais as coisas por aqui não teriam acontecido. Meu pai, minha mãe, Bianca, Darvil e a Drª. Mª. Betânea, é claro.

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