Sabe aquelas discussões que não levam a nada? Bem, essa foi exatamente desse jeito. Um dia qualquer, em uma hora qualquer, com pessoas qualquer... uma disse para a outra:
- Gosto de você, você é um bobo!
Quem foi que disse que bobo já tinha virado elogio no século XXI? Aquela pessoa que recebera o elogio – ou não – fechou a cara. A outra quis saber o que foi...
- Bobo? Percebi que sua entonação foi tendenciosa...
Malditos analistas do discurso, pensei... Contudo a resposta veio de prontidão.
- Acho que você tem um complexo... essa reação sua me indica alguma síndrome...
Ok, acrescente os psicólogos aos malditos e feche essa sacola. A discussão parecia que ia ficar ali, entre ambos os analistas. Mas, como toda discussão, tem as pessoas aleatórias, que se juntam as quaisquer, para fazer da linha, um novelo.
- Eu ouvi tudo de onde estava, percebi a má intenção, podemos processá-lo, foi um insulto...
É sempre assim, distorça algo que foi visto ou falado que aparece alguém que se acha doutor, só por ter feito um bacharelado em Direito, para processar.
- Processo? Isso é imposição que o estado quer fazer, nos alienar...
Abra novamente aquele saco dos malditos e acrescente o “doutor” e o cientista social. Esqueci de dizer que sempre que aparece alguém da direita, há a necessidade – não sei por que – de se ter a esquerda... não há como haver um meio termo? É impossível. Nesse momento ouvi um barulho lá de longe...
- Estamos aqui ao vivo para noticiar uma catástrofe que ocorreu entre dois amigos...
Faltavam os diplomados em jornalismo... melhor... jornalistas, já que em nosso país não precisa fazer doutorado pra ser chamado de doutor, nem precisa fazer jornalismo para ser jornalista. Que país é esse? É a porra do Brasil... como cantaram no Rock in Rio 2011, esse, ocorrido no Rio de Janeiro mesmo.
De longe avistava um grupinho fofocando sobre o caso... o rapaz do meu lado comentou...
- São todos hippies, bichos grilos, sabe? Pessoal que faz geografia... Eu que não me meto nessas histórias, preciso manter meu status.
Aquele engenheiro me rendeu 30 segundos de conversa, momento esse que nem vi quando os dois amigos foram embora... um para cada lado, imagino, um pensando que o outro só pensa em sua própria vida, só pensa em trabalho e na profissão dele.
Eu, nada inocente também, continuei minhas anotações... sei que isso um dia me renderia um conto razoável, que uns anos depois poderei melhorar. Me enfiei dentro daquela sacola, junto ao engenheiro e aos geógrafos e resolvi ser mais um maldito, por outros.
0 comentários:
Postar um comentário