7 de jul. de 2012

1035 - titulo improvisório

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Serenidade, talvez, aproxima-se. Em verdade a inspiração passa longe, a transpiração é usada em outro lugar. A criatividade a cada dia é afogada pela seriedade. E o que vejo da vida hoje?

Vejo um mundo de pessoas que insistem em criar muros que impedem elas de ampliarem suas vidas. Criam estigmas, pré-determinações, protocolos que só as freia. Me vejo vejo em meio aos muros; me sinto mal, só que o que nos aprisiona é forte o bastante para sem força nos paralisar. 

Vejo suspiros de amores velados guardados em gavetas, fundas e escuras. Somos mais ego que sentimentos, somos produto do nosso orgulho. Fétido orgulho, risório orgulho; torpe. 

Te domino, me devora, te analiso, deu por hora.

A cada dia soa-me mais normal a capacidade que temos de não viver. A capacidade de passarmos os dias, sem que consigamos gerar um único pensamento. Será que conseguimos fazer algo independente todos os dias? 

A alternativa é ser igual.

E nunca entendi por que quanto mais velhos ficamos mais fácil desistimos daquilo que acreditamos. O que acontece, nascemos com fé e perdemos um pouco dela todos os dias? Sim! Mas ela se renova enquanto continuarmos guardando ela, mas quando deixamos de ligar para a perda de fé: ela já se foi. 

Beijar ainda é bom, amar ainda é gostoso. Os prazeres ainda me devoram, ainda me dão calafrios e ainda me derrubam. Só talvez o brilho diminui, ficar duro tornou-se de menos, saciar-se virou indiferente. 

Fígado funciona. Estômago que reclama da dieta de fermentados, o corpo engorda, os pelos iguais. Os olhos cada dia mais sérios e tristes. Já não me pareço no espelho. Mas ainda bem que as aparências enganam, pois dentro sobrevive o Gauche de tempos de menos conhecimento, tempos mais gostosos.

Título: aos amigos: saudade.

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